Nesta viagem a África, tudo foi diferente…os companheiros e as companheiras, as motos e os sonhos de cada um.
O bom de viajar só é que se pode fazer o que se quer na hora que se quiser sem depender do querer de outra pessoa. É bom estar só, em silêncio, olhando o nada, pensando num monte de coisas, ou simplesmente ficar quieto…Aproveita-se o momento de introspecção para nos conhecermos melhor, afinal, que outra maneira pode haver para um auto-conhecimento aprofundado?
No meu caso, quando viajo só, gosto de um prolongado banho de mar ou riacho, sentar-me onde bem entender para descansar, sentir a brisa do vento no rosto, observar pessoas e hábitos, interagir com os locais, provar a sua gastronomia, ouvir diferentes sons, etc.
Viajar com várias pessoas é um pouco diferente, pois, com toda a certeza as diferenças aparecem. Um gosta disto, o outro daquilo, um gosta de provar comidas diferentes, outro não, um gosta de acordar cedo, o outro não… Mas, com companhia, podemos desabafar… ajudamo-nos mutuamente e partilhamos momentos, olhares, sorrisos, ou apenas perguntamos…que acham disto ou daquilo?
No caso concreto desta viagem por Marrocos, pusemo-nos todos à prova…Isto é: marcar a nossa presença, a nossa personalidade e o nosso carácter…Desde a saída de Portugal até ao nosso destino, todos queríamos o mesmo! Que tudo corresse bem… Tínhamos preparado esta viajem ao ínfimo pormenor e nada podia falhar…E, nada falhou, apesar de algumas divergências de opiniões e emoções ao rubro, resolvidas com clareza e responsabilidade… Aliás, doutra forma não poderia ser…
Apesar de esta ser a minha segunda viagem por Marrocos, digo-vos; para mim é como se tivesse sido a primeira. Foi mais uma aventura no meu “palmarés” com pessoas maravilhosas, de profissões bem diferentes (algumas com personalidades fortes), as quais me proporcionaram, momentos que jamais irei esquecer.
Ainda hoje, sonho com o leito do rio que passamos, cuja paisagem circundante era majestosa e deslumbrante, ao longo dos seus 42 kms, onde o Ruizinho, foi o herói do dia, atendendo à sua estatura (baixa) em cima da moto…Senti que estávamos todos em sintonia… A simbiose perfeita entre as motos e tripulantes, foi sempre o contentamento…
Mais palavras para quê? Está tudo gravado na minha memória…Esta, é apenas, a minha versão sobre a viagem, que, voltaria repetir, sem restrições, com todos os que abaixo menciono.
Aos companheiros; Mário Sousa, Paul Luna, António Cardoso e Rui Abrantes, às companheiras; Cristina Carvalho, Carla Rosa, Paula Sousa, Cidália Cardoso e Isabel Teixeira, o meu mais profundo obrigado, por terem comigo partilhado a essência da nossa viagem…a aventura!
Caros amigos (as), a única certeza que tenho, é que vou continuar a viajar, sozinho ou acompanhado…
Roberto Ponte (Survivor)
Um bairro no submundo dos subúrbios de Casablanca, aqui desmonstrado nesta foto...
Passeamo-nos por este local,
estupefactos, com a miséria que constatamos...
É comum em muitos locais de
Marrocos, encontrarmos cenários como este...Pessoas com o olhar triste e profundo...
Não têm esperança nem objectivos...sentam-se à espera
que o tempo passe...
Nota: fiquem atentos aos relatos diários da viagem.
